26 de out. de 2015

É DEZ!

"Isso mesmo. Em quinhentos anos de Brasil o Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM foi a mais genial  criação de que temos notícias. E os bons frutos desta semente colheremos num futuro não tão longínquo, não tenho dúvidas disso. Eles, os frutos, serão no porvir a comprovação e validação  destas  mal  traçadas linhas. Podes  crer. Não à toa uma  elite  privilegiada  que sabiamente já conhece os benefícios do mesmo para a grande massa de brasileiros excluídos sempre foi e ainda é contra o mesmo. O  profissionalismo das pessoas envolvidas  neste  evento  majestoso (leia-se,  aplicadores  de provas,  fiscais,  professores,  secretários  e  diretores  escolares,  dentre  outros, que direta ou indiretamente fazem parte do dia a dia da lide docente), dá orgulho a quem exige qualidade, num momento  singular  na  vida  de  estudantes  que  almejam  adentrar  ao  ensino  superior.  Isso  é indiscutível. Isso é inquestionável. Falo isso, falo não, escrevo estas mal traçadas linhas com conhecimento de causa e por ser personagem ativo e passivo dos dois momentos da educação brasileira: O antes e o depois do ENEM. Como  aluno  e  como  professor. Pela  segunda  vez,  sem  propósitos audaciosos me submeto à prova única. Desde a primeira vez em 2011, já teci comentários semelhantes. Por que é dez? Por que um exame de seleção que além de avaliar milhões de alunos neste Brasil continental e ainda os permite concorrer à vagas no ensino superior simultaneamente em várias universidades, não pode ser ignorado, muito menos visto como uma coisa de pouco valor. Isso é o que chamamos de racionalização de gastos e tempo. É o tal de matar dois, dois não vários coelhos com uma pedrada só… Com quase meio século de vida, sentar em uma sala, juntamente com uma juventude ávida por conhecimento e cheia de sonhos me dar uma satisfação sem tamanho. É como se eu recebesse um sopro de vitalidade e jovialidade. Isso não tem preço… E em assim procedendo eu pude comparar o valioso momento porque passamos hoje com o nosso momento quando em mesma idade destes jovens num pretérito não tão distante urrávamos para disputar vaga em apenas uma universidade. Isso mesmo. Há menos de duas décadas, meus caros jovens, concorrer a vários cursos através dos  tradicionais vestibulares nas  inúmeras universidades era um privilégio de poucos. Justamente destes poucos que hoje atiram pedras no ENEM. Já leram aquele provérbio que diz: 'Só se atira pedra em árvores carregadas de bons frutos'? Pois é isso aí. A crítica descabida é justamente porque o mesmo tem suas  inquestionáveis qualidades, técnicas, sociais, científicas dentre tantas outras inumeráveis ante meu paupérrimo vocabulário. 
  Não nos acanhemos então antes aos retrógrados e conservadores de plantão, sempre dispostos a atravancar o progresso  social de um povo que já está atrasado  em quinhentos anos. Ah… E não se esqueçam. Frequentar as empresas que comercializam 'educação' a preço de ouro não é mais um grande diferencial para se ter sucesso neste exame. Basta compararmos os conteúdos programáticos oferecidos tanto no ensino público como no privado. A construção do mesmo, ou seja do ENEM, teve como cerne promover a universalização do acesso, independentemente da origem de seus concorrentes. E por assim eu pensar, mais uma vez eu digo e quem não concordar que busque saber mais e mude o pensamento: - O ENEM é dez… Isso mesmo… DEZ!!!” 
  Manuel de Jesus da Silva (Velho)

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