31 de mar. de 2018

UM AUTOR DO ROMANTISMO QUE DIALOGAVA COM A POESIA POPULAR

A FLOR DO MARACUJÁ
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 Pelas rosas, pelos lírios, 
 Pelas abelhas, sinhá, 
 Pelas notas mais chorosas 
 Do canto do Sabiá, 
 Pelo cálice de angústias 
 Da flor do maracujá! 
 Pelo jasmim, pelo goivo, 
 Pelo agreste manacá, 
 Pelas gotas de sereno 
 Nas folhas do gravatá, 
 Pela coroa de espinhos 
 Da flor do maracujá. 
 Pelas tranças da Mãe-d’água 
 Que junto da fonte está, 
 Pelos colibris que brincam 
 Nas alvas plumas do ubá, 
 Pelos cravos desenhados 
 Na flor do maracujá. 
 Pelas azuis borboletas 
 Que descem do Panamá, 
 Pelos tesouros ocultos 
 Nas minas do Sincorá, 
 Pelas chagas roxeadas 
 Da flor do maracujá! 
 Pelo mar, pelo deserto, 
 Pelas montanhas, sinhá! 
 Pelas florestas imensas 
 Que falam de Jeová! 
 Pela lança ensanguentada 
 Da flor do maracujá! 
 Por tudo que o céu revela! 
 Por tudo que a terra dá 
 Eu te juro que minh’alma 
 De tua alma escrava está!... 
 Guarda contigo este emblema 
 Da flor do maracujá! 
 Não se enojem teus ouvidos 
 De tantas rimas em - a - 
 Mas ouve meus juramentos, 
 Meus cantos ouve, sinhá! 
 Te peço pelos mistérios 
 Da flor do maracujá!
 Luís Nicolau Fagundes Varela,  poeta fluminense

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