VIDA EM BRANCO - POEMA DE ZÉLIA DUNCAN, CANTORA:
"Você não precisa de artistas?
Então me devolve os momentos bons
Os versos roubados de nós
As cores do seu caminho
Arranca o rádio do seu carro
Destrói a caixa de som
Joga fora os instrumentos
E todos aqueles quadros
Deixe as paredes em branco
Assim como a sua cabeça
Seu céu de ciumento
Silêncio cheio de ódio
Armas pra dormir
Nenhuma canção pra ninar
E suas crianças em guarda
Esperando a hora incerta
Pra mandar ou receber rajadas!
"Você não precisa de artistas?
Então me devolve os momentos bons
Os versos roubados de nós
As cores do seu caminho
Arranca o rádio do seu carro
Destrói a caixa de som
Joga fora os instrumentos
E todos aqueles quadros
Deixe as paredes em branco
Assim como a sua cabeça
Seu céu de ciumento
Silêncio cheio de ódio
Armas pra dormir
Nenhuma canção pra ninar
E suas crianças em guarda
Esperando a hora incerta
Pra mandar ou receber rajadas!
Você não precisa de artistas?
Então fecha os olhos, mora no breu
Esquece o que a arte te deu
Finge que não te deu nada
Nem um som, nem uma cor
Nem uma flor na sua blusa
Nem Van Gogh, nem Tom Jobim
Nem Gonzaga, nem Diadorim!
Você vai rimar com números
Vai dormir com raiva
E acordar sem sonhos, sem nada
E esse vazio no seu peito
Não tem refrão pra dar jeito
Não tem balé pra bailar!
Você não precisa de artistas?
Então nos perca de vista
Nos deixe de fora
Desse seu mundo perverso
Sem graça, sem alma!"
Então fecha os olhos, mora no breu
Esquece o que a arte te deu
Finge que não te deu nada
Nem um som, nem uma cor
Nem uma flor na sua blusa
Nem Van Gogh, nem Tom Jobim
Nem Gonzaga, nem Diadorim!
Você vai rimar com números
Vai dormir com raiva
E acordar sem sonhos, sem nada
E esse vazio no seu peito
Não tem refrão pra dar jeito
Não tem balé pra bailar!
Você não precisa de artistas?
Então nos perca de vista
Nos deixe de fora
Desse seu mundo perverso
Sem graça, sem alma!"
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