quarta-feira, 11 de agosto de 2021

DEBATE



"Eu queria que algum ser me explicasse onde, em uma questão que fala de peste negra e percentuais, existe interdisciplinaridade, conforme o novo ensino médio. O professor de História terá que fazer operações pra responder a questão? Mas qual o sentido? Já não tem a aula de matemática? Existe inúmeras questões pra tratar sobre a peste negra, como sua contribuição pra crise feudal, revoltas camponesas, mas o professor de História vai tirar um tempo da aula pra falar de uma coisa (percentagem), que talvez não domine? Como saber se percentuais vai contribuir para o aluno pensar, historicamente? Deve ser isso que chamam de História Quantitativa (ironia).
Só pra esclarecer. Os novos livros didáticos são péssimos; mas o problema é a reforma do ensino médio como um todo. Essa interdisciplinaridade forçada, vai criar vários atritos entre professores. 
Quem ministra aula sabe como é difícil conviver em escolas, imagine agora com áreas de conhecimento obrigatoriamente se tocando. Os caras que elaboraram a 'deforma' não ouviram os  professores. 
Um erro infantil: não há sistema educacional nenhum que funcione sem a adesão de professores.
O MEC pode ter comprado escolas com dinheiro; os coordenadores podem ter a maior boa vontade, mas processo educacional tem de ser exaustivamente debatido, criticado e não imposto, a toque de caixa ou vendido com comerciais bonitos, na TV."
Airton de Farias, escritor, historiador e autor de livros didáticos

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